1.    ACENTUAÇÃO GRÁFICA - parte 3
A regra do acento diferencial foi parcialmente abolida:

Como era?
Recebiam acento gráfico as palavras homônimas homógrafas tônicas (para diferenciar das átonas):
Ele pára (do verbo PARAR - só a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pélo, tu pélas e ele péla (do verbo PELAR);
O pêlo, os pêlos (substantivo = cabelo, penugem);
A pêra (substantivo = fruta – só no singular); 
O pólo, os pólos (substantivos = jogo ou extremidade).

Como fica?
Sem acento gráfico:
Ele para (do verbo PARAR - 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pelo, tu pelas e ele pela (do verbo PELAR);
O pelo, os pelos (substantivo = cabelo, penugem);
A pera (substantivo = fruta); 
O polo, os polos (substantivos = jogo ou extremidade).

O que não mudou?
a)    PÔR (verbo – infinitivo): “Ele deve pôr em prática tudo que aprendeu”; POR (preposição): “Ele vai por este caminho”; 
b)    PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: “Ontem ele não pôde resolver o problema”; PODE é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: “Agora ele não pode sair.”
Observação:
                   Sugiro que acentuemos fôrma (“fôrma de pizza”), como orienta o dicionário Aurélio e como permite o novo acordo ortográfico, a fim de diferenciar de forma (“forma física ideal”).

2.    Uso do TREMA (totalmente abolido)
Como era?
Usávamos o trema na letra “u” (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I.              
O objetivo do trema era distinguir a letra “u” muda (= não pronunciada) da letra “u” pronunciada:

QUE = quente, questão, quesito; QÜE = freqüente, seqüestro, delinqüente;
QUI  = quilo, adquirir, química; QÜI  = tranqüilo, eqüino, iniqüidade;
GUE = guerra, sangue, larguemos; GÜE = agüentar, bilíngüe, enxagüemos;
GUI  = guitarra, distinguir, seguinte; GÜI  = lingüiça, pingüim, argüir.

Palavras que recebiam trema:
agüentar, argüir, argüição, averigüemos, apazigüemos, bilíngüe, cinqüenta, conseqüência, conseqüente, delinqüência, delinqüente, deságüe, enxágüe, freqüência, freqüente, lingüiça, pingüim, qüinquagésimo, qüinqüênio, qüinqüenal, sagüi, seqüência, seqüestro, tranqüilo...

Palavras que NÃO recebiam trema:
adquirir, distinguir, distinguido, extinguido, extinguir, seguinte, por conseguinte, questão, questionar, questionário...    

Como fica?
Todas sem trema:
aguentar, arguir, arguição, averiguemos, apaziguemos, bilíngue, cinquenta, consequência, consequente, delinquência, delinquente, deságue, enxágue, frequência, frequente, linguiça, pinguim, quinquagésimo, quinquênio, quinquenal, sagui, sequência, sequestro, tranquilo.

Observações:
a)    Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que 
recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra “u”.
b)    Não esqueça que jamais houve trema quando a letra “u” estava 
seguida de “o” ou “a”: ambíguo, longínquo, averiguar, adequado...
c)    Se a letra “u”, antes de “e” ou “i”, fosse pronunciada e tônica, devíamos 
usar acento agudo em vez do trema: que ele averigúe, que eles apazigúem, ele argúi, eles argúem...(No Brasil, averígue e apazígue) 
Este acento também foi abolido: que ele averigue, que eles apaziguem, 
ele argui, eles arguem...
d)    Palavras com dupla pronúncia (o uso do trema era facultativo):
antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, liquidez, liquidificador, líquido,sanguinário, sanguíneo.
e)    Também com dupla pronúncia (sempre sem trema):
Catorze e quatorze 
Cota OU quota
Cotizar OU quotizar
Cotidiano OU quotidiano

Fonte:http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/reforma-ortografica-o-que-muda-na-acentuacao-parte-3.html




O EMPREGO DO HÍFEN

O hífen representa um sinal gráfico, cujas funções estão associadas a uma infinidade de ocorrências linguísticas, tais como:
- ligar palavras compostas;

- fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais, representadas pela mesóclise e ênclise;

- separar as sílabas de um dado vocábulo;

- ligar algumas palavras precedidas de prefixos.

Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve algumas mudanças em relação à sua aplicabilidade. Sendo assim, dada a complexidade que se atribui ao sinal em questão, o presente artigo tem por finalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em alguns casos, o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais pressupostos, constatemos, pois:
Circunstâncias linguísticas a que se deve o emprego do hífen:
# O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal.


Nota importante:

- Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo.

auto-observação – auto-ônibus – contra-atacar

- Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo.
coobrigar – coadquirido - coordenar – reeditar – proótico - proinsulina...
# Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”.

anti-higiênico – anti-histórico – co-herdeiro - extra-humano – pró-hidrotópico - super-homem...

# Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante.
inter-regional – sub-bibliotecário – super-resistente...
# Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen.
sub-regional – sub-raça – sub-reino...
# Diante dos prefixos “-além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice, usa-se o hífen.
além-mar – aquém-mar – recém-nascido – sem-terra – vice-diretor...
# Diante do advérbio “mal” , quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o hífen está presente.
mal-humorado – mal-intencionado – mal-educado...
# Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras iniciadas por “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen.
circum-navegador - pan-americano – circum-hospitalar – pan-helenismo...
# Usa-se o hífen em casos relacionados à ênclise e à mesóclise.

entregá-lo – amar-te-ei – considerando-o...

# Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se o hífen.
jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu...
Casos em que não se emprega o hífen:
# Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente. 


Nota importante:

- Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do Acordo. 

aeroespacial – antiamericano – socioeconômico...

# Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição.


Observação:

 - O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.
azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – guarda-chuva – erva-doce – pimenta-de-cheiro...
# Não se emprega mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas.
fim de semana – café com leite...  

Exceções:

O hífen ainda permanece em alguns casos, expressos por: 

água-de- colônia – água-de-coco – cor-de-rosa...

# Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes são duplicadas.
 

Observações importantes:

- O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra.
hiper-requintado – inter-regional – super-romântico – super-racista...

- A nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do acordo, como é o caso de:

minissaia – minissubmarino - minissérie...
# Não se emprega o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”.
anteprojeto – autopeça – contracheque – extraforte – ultramoderno...
# O hífen não deve ser usado quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente.
hipermercado – hiperacidez - intermunicipal – subemprego – superinteressante – superpopulação...
# Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começar por consoante, não se emprega o hífen.
malfalado – malgovernado – malpassado – maltratado – malvestido...

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras.


Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
DUARTE, Vânia Maria Do Nascimento. "O emprego do hífen "; Brasil Escola. Disponível em  Acesso em 01 de fevereiro de 2016.
http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/emprego-do-hifen.htm